O engenheiro Gottfried Feder esclarece por que o ouro não pode servir
de lastro para a economia. Em sua visão, atrelar a atividade econômica a
este metal nobre, é favorecer as Altas Finanças e continuar com a escravidão dos juros.
Primeira impressão no “Völkischen Beobachter” de 2 de julho de 1932.
Pode-se considerar como um dos mais arraigados preconceitos que o
ouro seja, de certa forma, um medidor de valor para uso geral, o qual –
assim como a unidade metro está para medir comprimentos – seja adequado
para mensurar valores. Por esta razão acreditou-se também que as moedas
dos diversos países deveriam possuir uma determinada relação para com
uma determinada quantidade de ouro e, com isso, poder estabelecer uma
segura mensuração proporcional de cada produto em suas relações de
troca.

Ouro como moeda?
Página 343 do livro de Gottfried Feder, Luta contra as Altas Finanças
Nós lidamos aqui com um perigoso equívoco que é
extraordinariamente danoso devido a sua grande popularidade. Antes de
tudo, uma coisa tem que estar bastante clara: valor não pode ser medido,
mas sim avaliado. O próprio termo “medidor de valor” já é por isso uma
contradição em si mesmo. Em toda parte onde atuem aspectos subjetivos,
oferta e procura, escassez e abundância, onde estejam envolvidas
raridade e idade, durabilidade e rápida deterioração, não é possível
falar sobre uma medição exata, como conhecemos das ciências naturais.
O fato de nosso mundo materialista e tecnocrático poder acreditar
em medir valores, e em utilizar o ouro como padrão de referência, não é
de forma alguma prova de sua exatidão ou da possibilidade em assim
proceder. Em primeiro lugar, ouro é produto, aliás, como metal precioso é
um produto nobre, em sua qualidade homogênea, especialmente apropriado
para ser estocado, em sua cobiça ímpar especialmente apropriado para
atuar como meio de troca, e como “produto cobiçado” foi certamente
adequado para isso nos tempos antigos.
Porém, ouro também é metal-moeda, e como metal-moeda possui um raro duplo caráter como dinheiro e produto.
Dinheiro como função da sociedade, dinheiro como “indicação do
trabalho realizado” é sem dúvida alguma independente do valor intrínseco
do produto símbolo do dinheiro. Vendo historicamente, as conchas cauri,
os pacotinhos de chá, os escravos e escravas, o gado, prata,
papel-moeda, todos tiveram sem dúvida alguma a mesma função das moedas
de ouro e, na eficiente economia moderna, o dinheiro se libertou
finalmente de seu substrato e serve à economia como moeda de giro ou na
forma de meio de pagamento sem o dinheiro em espécie, exatamente da
mesma forma como o ouro.
A ancoragem no ouro para a unidade monetária se mostra hoje como
um tremendo obstáculo a uma indispensável e necessária expansão do
crédito para criação de empregos. O lastro no ouro como parâmetro de
valor é também, como nos foi mostrado nos últimos meses, um engano a si
mesmo da economia nacional que homenageia esta obsessão pelo ouro.
Aquilo, que com o padrão ouro deveria ser alcançado, não foi
alcançado e não pode ser alcançado, como já provou a história apenas dos
últimos anos. O preço do ouro aumentou cerca de 70% ao longo dos
últimos anos e dos produtos, que podem ser supostamente mensurados em
ouro, abaixaram 30%, 40%, 50% ou mais. É importante reconhecer logo que
não é o caso aqui de uma movimentação uniforme dos preços, embora o ouro
deva ter a força mágica de aplicar a todos os demais valores um mesmo
peso. Deve-se perceber finalmente que não existe um Absolutum na esfera dos valores e produtos, mas sim somente um Relativum.
O dinheiro é apenas uma convenção adotada pela
sociedade para facilitar a troca de mercadorias. Por isso torna-se uma
excrescência sua geração através de si próprio, como é habitual na atual
política de juros. Toda problemática gira em torno do controle sobre a
emissão desta convenção por parte do Estado, como regular a justa
remuneração do trabalho e não do não-trabalho etc – NR.
Pode-se medir objetos exatamente somente no campo das ciências
exatas. Pode-se medir exatamente o tamanho de uma mesa, de uma casa.
Pode-se medir o peso de qualquer objeto exatamente em quilograma ou
grama, em libra ou onça, as quais estão correlacionadas entre si dentro
de uma exata relação. Pode-se consumir energia elétrica segundo uma
medida exata em quilowatt-hora, a potência de uma máquina exatamente em
quilograma-metro ou em cavalo-vapor. Quem pode então indicar o valor
exato de uma peça de vestuário, de uma refeição, de um gole d’água, de
um remédio, de um serviço público etc? Em qual relação fixa deve se
situar o valor da produção agrícola com o valor dos produtos das
fábricas, artesãos e indústrias? A mensuração e a relação de troca de
todos estes produtos são dependentes de tantos fatores pessoais, humanos
e subjetivos, que torna impossível uma avaliação amplamente válida e
exata. Deve-se considerar quantidade e qualidade, época e
circunstâncias, desespero daquele que é obrigado a vender, interesse ou
cobiça daquele que está decidido a comprar, situação financeira do
comprador assim como inúmeras facetas de caráter especulativo. Desta
análise mostra-se que as chamadas divisas monetárias assumem somente uma
função nominativa fixada pelo Estado, porém, não servem para uma
mensuração qualitativa. Caso contrário, deveria ser proibido que os
produtos fossem dissipados com a suposta relação estatal em leilões, que
nos casos de escassez natural apareça uma inflação natural, ou que no
caso de escassez artificial através de retenção ou especulação, a
população deva pagar repentinamente unidades monetárias para poder
comprar a mesma coisa.
Certamente pode e deve ser incentivado que os preços não flutuem
constantemente. Mas a totalidade dos fanáticos que defendem uma
incondicional força de compra igualitária da unidade monetária, e a vêem
sempre na forma do lastro em ouro, estão a todo o momento entusiasmados
e acertam com prazer quando determinados produtos tornam-se mais
baratos segundo o “padrão-ouro”. Os produtos podem se tornar mais
baratos; isso é aceito com prazer pelos fanáticos por ouro. Eles não
refletem, porém, que com isso eles próprios destronaram seu mensurador, o
ouro.
A relatividade do padrão-ouro talvez seja melhor reconhecida se mantivermos o seguinte à vista:
Pode-se dizer: 10 unidades de ouro (ou Marco ou Schilling ou
Franco ou Gulden – é indiferente) possibilitavam em 1928 a compra de 10
Ztr. De trigo (10 Zentner = 500 Kg – NR) ,
em 1929 somente 8 Ztr., porém, 12 Ztr. no ano de 1930. Ao contrário,
com o mesmo direito pode-se dizer: para uma tonelada de trigo, o
agricultor recebeu no primeiro ano 30 unidades de ouro, no ano seguinte
23 unidades e no terceiro ano 36 unidades; com isso fica provado que se
trata de uma ampla e extensível relação de valores entre ouro e trigo,
que a crença sobre a possibilidade de medir completamente os valores e
preços com ouro, fica totalmente desacreditada.
Do ponto de vista da economia nacional, queira parecer mais
importante e valioso aos futuros estadistas que privilegiem para
alimentação do seu povo uma determinada quantidade de pão do que uma
determinada quantidade de ouro como fundamento monetário. Ouro não é um
mensurador de valor. Ouro é uma mercadoria como milhares de outras
também o são, que tem seu valor variável em relação aos outros bens, é
tão relativo quanto a qualquer outro produto. As oscilações de preço dos
produtos são dependentes de outros fatores e motivos do que do
padrão-ouro de uma moeda.
O barateamento de sapatos e peças de vestuário, de aparelhos de
rádio e outros mais é dependente das características técnicas. Se as
maçãs e cerejas tornam-se baratas, isso depende da fartura da natureza,
mas não da quantidade de ouro que está estocado nos porões do Reichsbank.
Por qual preço nós adquirimos algodão, lã, cobre e minério de ferro do
estrangeiro, é por sua vez independente da quantidade de ouro existente
no mundo e da relação das moedas dos países frente ao dólar, mas sim
dependem da produção nos países fornecedores de matéria-prima e a
procura nos países industrializados consumidores, pode depender da
maquinação das Altas Finanças junto às bolsas de algodão e metais, depende da descoberta de matérias-primas substitutas etc.
Onde está então o “medidor de valor” ouro na bancarrota dos
preços das matérias-primas por todo o mundo? Onde está o “medidor de
valor” ouro na avaliação do desempenho político-estatal ou nas
descobertas geniais? O ouro foi imprescindível como padrão na introdução
do “Rentenmark”? Não! Sem qualquer lastro em ouro, o Rentenmark foi reconhecido como “nobre valuta”, valioso e estável, não somente dentro do país, mas também como no exterior.
Rentenmark foi uma moeda transitória, onde
oficialmente ninguém estava obrigado a aceitá-la, mas que foi amplamente
usada pela população alemã – NR.
A França está protegida do galopante desemprego que assola o país
através de seu monstruoso tesouro em ouro? A fantástica quantidade de
ouro que os americanos possuem pode evitar que o desemprego aumentasse
nos EUA e os preços das matérias-primas despencassem de forma
catastrófica?
Para a sobrevivência de um povo, a existência de alimento,
vestuário, moradia, vontade e alegria no trabalho é muito mais
importante do que uma montanha de ouro ainda maior.
A relação de valor na troca de mercadorias nunca se deixará
fixar, caso contrário perdem o sentido palavras como “barato” e “caro”,
“justo” e “razoável”. De um lado até desaparece a motivação para
barateamento da produção, caso os preços fossem fixados pelo Estado; por
outro lado um edifício de preços fixados desabaria nas épocas mais
difíceis de crescimento e contratempos.
O máximo que pode ser alcançado através da manipulação estatal da
moeda é um relativo nível médio equivalente do custo de vida. O lastro
da moeda no ouro é bastante inadequada para isso, leva somente a uma
extremamente perigosa escassez dos meios de pagamento e serve no fundo
exclusivamente aos interesses dos proprietários de ouro, as Altas
Finanças. Para um Estado nacional-socialista, a libertação do ouro-moeda
é condição primordial e lógica para a reconstrução da economia alemã.
Retirar do Estado sua soberania quanto ao
controle do dinheiro equivale à tão louvada independência dos Bancos
Centrais pregada pelos burgueses liberais. Uma coisa é falcatrua,
desonestidade, descaso com a coisa pública; outra coisa é sua entrega
imediata nas mãos dos burgueses apátridas que só têm o lucro imediato
como divisa principal – NR.
Para a troca com o estrangeiro, a qualidade e superioridade dos
produtos alemães é muito mais importante do que o lastro em ouro para a
possibilidade de obter a necessária matéria-prima do estrangeiro, que
por sua vez também tem interesse em trocar suas quantidades excedentes
de matéria-prima por produtos manufaturados que eles próprios não
conseguem produzir.
O ouro não é o dinheiro mundial. O dinheiro mundial foi, é e será
sempre os produtos. O pensamento judaico colocou o ouro no ponto
central. O lastro das moedas em ouro tornou os povos do ocidente aptos à
cultura dos juros e impostos do capital financeiro. Rompimento da escravidão dos juros seria impossível sem o desatrelamento do ouro.
A necessidade do lastro em ouro é um equivoco. É errônea a opinião, se o ouro é adequado para ser um medidor de valor.
A libertação do ouro é pré-requisito para uma economia saudável
no Terceiro Reich, onde o trabalho deve prevalecer novamente frente ao
dinheiro, em um Estado onde o bem-estar da população vem antes do lucro
dos banqueiros.
Apesar dos banqueiros e políticos fazerem de tudo para encobrir a atual crise,
ela mostrou nitidamente que mesmo se a economia de um país se desatrele
do ouro, seus habitantes ainda estão sujeitos à escravidão dos juros,
como bem detalha o artigo O governo mundial de facto da atualidade – NR.

Ouro como moeda?
Página 343 do livro de Gottfried Feder, Luta contra as Altas Finanças
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