domingo, 21 de setembro de 2014

Plínio Salgado

Plínio Salgado em Portugal

Ressalto que o Integralismo não se trata de uma doutrina ''direitista''.Está em plena oposição ao capitalismo liberal e ao comunismo marxista.Em plena luta contra o sistema financeiro internacional e à favor da nação.
(e-d) Alberto Monsaraz, Hipólito Raposo, Plínio Salgado, Pequito Rebelo e Lúis de Almeida Braga





(Plínio Salgado em Portugal, sentado sob a bandeira do «Pelicano», em almoço de homenagem organizado pelo Integralismo Lusitano)



(Plínio Salgado e Hipólito Raposo saíndo da Igreja de S. Domingos, em Lisboa)



(Plínio Salgado com grupo de integralistas lusitanos, em Lisboa)


«Plínio Salgado In Memoriam» de Monsenhor Moreira das Neves





Liberal-Democracia

por Plínio Salgado 

Dissemos no capítulo anterior que o mundo é o que é, e não o que sonham os teorizadores. Nós, integralistas, pretendemos restabelecer o critério das realidades humanas. Assim, repito, em relação ao Homem, que ele deve ser tomado na verdade mais profunda da sua essência.

E não foi por outra coisa que tracei, antes de tudo, o quadro das finalidades humanas, antes de entrar no estudo político.

A liberal-democracia concebeu o "homem-cívico", a grande mentira biológica; o marxismo materialista concebeu o "homem-económico", mentira tanto filosófica como científica.

Nós, integralistas, tomamos o homem na sua realidade material, intelectual e moral e, por isso, repudiamos tanto a utopia liberalista como a utopia socialista. A liberal-democracia pretende criar o monstro, sem estômago. O socialismo marxista pretende criar o monstro que só possui o estômago e o sexo. Em contra-posição ao místico liberal e ao molusco marxista, nós afirmamos o homem-total.

* * *
Em torno da concepção marxista se criaram fórmulas ilusórias, por serem unilaterais, como sejam o "determinismo materialista", a "proletarização das massas", a "socialização dos meios de produção", a "ditadura do proletariado", "os direitos da colectividade".

Em torno da concepção liberal se criaram essas fórmulas sediças que se denominaram "a causa pública", "a voz das urnas", "a moralidade administrativa", o "civismo", as "massas eleitorais", "a luta dos partidos", "igualdade, liberdade, fraternidade".

Em torno da nossa concepção, nós, integralistas, lançamos as fórmulas definitivas de salvação nacional e humana, exprimindo realidades tangentes: "O Estado orgânico", a "organização corporativa da Nação", a "Economia dirigida", a "representação corporativa", o "homem integral", o "realismo político", a "harmonia das forças sociais", a "finalidade social", o "princípio de autoridade", o "primado da inteligência".
Condenando a liberal-democracia, que arrastou o mundo à crise pavorosa em que se encontra, queremos feri-la no seu próprio coração, que é o instituto do sufrágio.
O sufrágio universal, isto é, o direito de todos votarem no mesmo candidato, ainda que este não seja de sua classe, criou o absurdo de um Estado fora das competências económicas e morais.

Esse Estado é fraco.

Esse Estado está agonizando na Europa e na América.

Ele não pode por ordem no interior, nem pode realizar nada de prático na vida internacional, para resolver em conjunto com outros Estados, as questões mais simples, como as do desarmamento, das dívidas de guerra, ou do equilíbrio da produção e do consumo.

O Estado liberal, baseado no voto dos cidadãos, desconheceu a organização dos grupos financeiros e dos sindicatos de trabalhadores. Perdeu o controle da Nação. Tornou-se uma super-estrutura, para usarmos a terminologia marxista, um luxo da civilização burguesa e capitalista, uma superfluidade estranha aos imperativos orgânicos dos povos.

Á sua revelia, deflagraram-se as lutas entre o Capital e o Trabalho e até mesmo entre o Capital e o Capital. O aperfeiçoamento da técnica multiplicou as possibilidades da produção, alijando o homem das fabricas, e o Estado Liberal foi impotente para manter uma uniformidade de rítmo no trabalho, que possibilitasse a colocação dos produtos e evitasse tanta miséria que se originou de tanta fartura.

O mundo está em desordem porque o Estado Liberal é fraco, é anémico, é gelatinoso. É o Estado inerme, que assiste, de braços cruzados, á angústia das multidões esfaimadas e o desespero dos chefes de industria, dos agricultores, que não encontram capacidade aquisitiva suficiente, nas colectividades empobrecidas e nuas, para que possam comer e vestir. Estamos assistindo ao incêndio dos stocks: o trigo, nos Estados Unidos; o café, no Brasil; os carneiros, na Holanda e na Argentina, e há tanta criança que tirita de frio e tantas famílias sem um pedaço de pão!
* * *
Chegou o instante de devolvermos aos ideólogos democráticos o presente grego do voto.

Que façam bom proveito dele os que têm o estômago fornido, automóveis, mulheres, divertimentos, poder. Essa panaceia só tem servido para os demagogos exploradores das turbas e para os "gangsters" elegerem presidentes na América do Norte. Só tem servido para separar o Estado da vida económica e moral da Nação, permitindo que os sindicatos de capitalistas de um lado, e os sindicatos de trabalhadores do outro, combatam o combate cruel dos interesses meramente materiais, afrontando a inteligência humana, desrespeitando as mentalidades superiores, as únicas que devem impôr ordem e disciplina a ambos os contendores afim de que não desvirtuem os superiores destinos da criatura humana.
O Integralismo quer realizar uma democracia de fins e não uma democracia de meios. Quer salvar a liberdade humana da opressão do liberalismo. Quer salvar a dignidade do homem do torvo materialismo dos capitalistas e dos comunistas.

O Integralismo surge como a única força capaz de implantar ordem, disciplina. A única força capaz de amparar o homem, hoje completamente esquecido pelo Estado liberal-burguês, como aniquilado e humilhado pelo Estado marxista soviético.

Nas democracias, o homem está entregue a si mesmo.

Nos tempos de paz, os governos só se lembram dele, para lhe cobrar impostos, para lhe exigir que acorra ao serviço militar, ao júri, que atenda ao apêlo para a guerra, quando for preciso. Se o homem está desempregado, que suba e desça as escadas mendigando colocação. Se está enfermo e pobre, que recorra à caridade pública. Se já não pode trabalhar, que mendigue, pois não faltarão mesmo decretos, que lhe garantirão o exercício dessa profissão. Se plantou e não tem meios de custear a pequena lavoura, que se arranje. Se é operário, ou camponês, e as fábricas e as fazendas já não têm serviço, que trate de cavar por si mesmo a sua vida. Se existe superprodução de mercadorias e de braços, o mais que o governo pode fazer é oferecer-se para queimar as mercadorias, não tardando que se ofereça a aproveitar a carne dos trabalhadores sem emprego para fazer sabão. E se há conflitos de classes, que o problema seja resolvido à pata de cavalo. Ou então, que as indústrias rebentem, não podendo satisfazer às exigências do proletariado. E se há gente dormindo pelos bancos das avenidas, tal cousa não passa de uma fatalidade cujos desígnios os governos não devem contrariar...

E isso é a liberal-democracia. O regime onde ninguém está garantido: nem o capitalista, nem o operário; nem o industrial, nem o comerciante, nem o agricultor. Compreende-se que, num regime assim, cada qual trate de se salvar por meio de aventuras pessoais, muito embora os ideólogos fanáticos e os fariseus hipócritas clamem pela moralidade administrativa.

* * *
O liberalismo democrático é hoje defendido apenas pela grande burguesia e pelas extremas esquerdas do proletariado internacional.

E isso se explica. Sendo o regimen que não opõe a mínima restrição à prepotência do capitalismo, é o preferido por este, que, através das burlas democráticas, exerce a sua influência perniciosa no governo dos povos, em detrimento das nacionalidades, tão certo é que o capitalismo não tem Pátria; por outro lado, evitando a interferência do Estado na vida económica das nações, e oferecendo ampla liberdade à luta de classes, facilita o desenvolvimento marxista do fenómeno económico e social, preparando as etapas preliminares da ditadura comunista. (1)

Os mais ferverosos adeptos do liberalismo são os que pretendem destruir as Pátrias e o Indivíduo com suas projecções morais e intelectuais: é o argentário, o homem de grandes negócios, de um lado, e o anarquista, o comunista, de outro lado.

O ódio de uns e de outros, contra as mentalidades cultas e contra o espírito elevado e nobre das classes médias, não tem limites. Já um socialista espanhol exclamou no auge da cólera: "a pátria do capitalista é onde estão seus negócios; a pátria do proletário é onde está seu pão: só a classe média tem pátria".

* * *
Não se trata, porém, de classe média, e sim da inteligência e da cultura, da moralidade e do espírito, que criam a dignidade humana, determinando que esta paire acima das lutas mesquinhas, consciente dos superiores destinos da criatura humana.

A liberal-democracia, realmente, só aproveita aos poderosos, que exploram os pobres e os fracos, e aos demagogos marxistas, que exploram a ignorância das massas trabalhadoras, e a inexperiência dos estudantes bisonhos, mantendo-os no obscurantismo, afim de que só aprenda a filosofia do materialismo, que os tornará mais rapidamente escravos.

Explica-se o motivo porque os grandes banqueiros, as grandes empresas jornalísticas a soldo de sindicatos financeiros ou industriais, os políticos a serviço de trusts e monopólios, os agiotas de todo jaez e os negocistas de todos os quilates vivem a proclamar as excelências da liberal-democracia e investem contra o Integralismo com todas as suas armas: é que o dinheiro não tem pátria e o seu portador não tem coração; o menor pânico num país determina a fuga do ouro para outro país, e a menor notícia de disciplina governamental em relação à vida económica alarma os arraiais da usura eriçando o pêlo das hienas de garras aduncas.

Evidencia-se também a razão porque os marxistas toleram perfeitamente as democracias liberais. Não foi por outro motivo que os bolcheviques apoiaram Kerenski, na ocasião em que este se achava sob a ameaça de Korniloff. Representava Kerenski a revolução burguesa, que procede a revolução proletária. E Lénine sabia perfeitamente que sem o livre desenvolvimento económico, sob a égide da democracia, não lhe seria possível o golpe de outubro.
* * *
A democracia liberal significa o país desorganizado e o governo inexpressivo das forças económicas da Nação.

Vivendo na torre de marfim das fórmulas constitucionais delimitadoras do poder do Estado, o liberalismo é a indiferença diante do duelo de morte de duas classes. É a impotência governamental. É a fórmula inutil que serve apenas às divagações e controvérsias de juristas empedernidos.

É o suicídio da burguesia e a véspera do suicídio do proletariado.

Nós, integralistas, que pretendemos realizar a verdadeira democracia, que não é a liberal, mas a orgânica, em consonância com o rítmo dos movimentos nacionais, condenamos todas as formas de liberalismo, porque atentam contra a dignidade humana e conduzem as massas para a degradação, como conduz o homem à animalização completa.

Combatemos o voto desvalorizado e a liberdade sem lastro.

Combatemos a mentira dos partidos e as hediondas quadrilhas das oligarquias ao serviço dos poderosos. E, pelo mesmo motivo, combatemos a utopia socialista.


NOTA:
(1) Estava este livro em provas, quando o jornal burguês O Estado de São Paulo confessou, em artigo de crítica a um livro de Victor Vianna, as intenções do liberalismo democrático, isto é, a marcha para o comunismo, dizendo: «Não há dúvida alguma de que a evolução da humanidade para a "esquerda" é um facto indiscutível. As tendências profundas dos homens são para a emancipação de todos os indivíduos e de todas as classes, para a extinção de todos os privilégios e regalias de castas e nascimentos. A verdadeira política será aquela que coordene e não a que embarace, a evolução natural dos homens. Ora, essa política só pode ser realizada em regime democrático.»

Diante dessa confissão, não me cumpre mais, como paulista consciente e brasileiro, do que chamar a atenção dos meus co-estaduanos que ainda amam a Família, a Pátria e Deus, para o erro dos que ainda não vieram cerrar fileiras no "Integralismo", última expressão do espírito bandeirante.


(Porção do Capítulo 2 do livro O que é o Integralismo, Ed. Schmidt, Rio de Janeiro, 1933; aqui editado com o contributo de Filipe Cordeiro)



























































Integralismo Lusitano — uma síntese

José Manuel Quintas

1. A formaçãoo, 1913-16

A expressão "Integralismo Lusitano" foi usada pela primeira vez por Luís de Almeida Braga na revista Alma Portuguesa (Gand, 1913) designando um projecto de regeneração de Portugal.
Em 1913, Almeida Braga exprimia-se em termos religiosos e filosófico-estéticos, se bem que com evidente intencionalidade político-cultural, reagindo ao Saudosismo gnóstico de Teixeira de Pascoaes (O Espírito Lusitano ou o Saudosismo, 1912) e ao movimento da "Nova Renascença" (criado pelo grupo de republicanos portuenses da revista A Águia). Na vertente político-religiosa, estes defendiam que o regime republicano abria novas possibilidades de regeneração para Portugal, mas que esta só se concretizaria se fossem quebrados definitivamente os laços com a Igreja Católica; Almeida Braga, interpretando o recém-implantado regime republicano como uma nova etapa no processo de decadência, advogava que a regeneração só seria possível através de um retorno à integralidade do espírito católico que fizera Portugal.
Esta era uma visão partilhada por um grupo de jovens estudantes monárquicos, exilados na sequência da sua participação nas incursões da Galiza comandadas por Paiva Couceiro – entre os quais se contava também Simeão Pinto de Mesquita e Francisco Rolão Preto —, que contestavam, afinal, no plano religioso e filosófico-estético, uma das expressões culturais da ofensiva anti-clerical republicana.
O projecto integralista lusitano, porém, depressa transbordou para o plano político. Em 1914, na revista Nação Portuguesa, sob a direcção de Alberto de Monsaraz, a expressão "Integralismo Lusitano" designava já um índice de soluções sob o título "monarquia tradicional, orgânica, anti-parlamentar". Tanto quanto promover o renascimento do espírito católico na alma dos portugueses, criar uma nova literatura e uma nova arte despojada do espírito romântico do século anterior, havia agora que trazer de novo à luz do dia os princípios políticos da antiga Monarquia portuguesa.
Para os integralistas, não haveria uma verdadeira regeneração portuguesa sem o retomar das suas antigas tradições políticas. A Monarquia do absolutismo Iluminista (introduzida em Portugal pelo Marquês de Pombal no século XVIII), bem como a sucedânea Monarquia da Carta (importada pelos liberais de novecentos), tinham sido estrangeirismos descaracterizadores, responsáveis pela subversão dos princípios democráticos e populares da antiga Monarquia.
Se bem que os integralistas recuperassem o espírito dos Vencidos da Vida ao defenderem o imperativo regeneracionista de um "reaportuguesamento de Portugal", iam agora mais fundo: era necessário recuperar o antigo pensamento político português que, do mesmo passo, reconhecera os foros e liberdades  da República (das comunas urbanas, dos concelhos rurais, etc.), estabelecera as regras da sua representação em Cortes e definira o conteúdo dos pactos que os Reis, sob pena de Deposição, juravam respeitar.
E foi em torno desse princípio orientador - "reaportuguesar Portugal" - que um grupo de jovens monárquicos, que não se reconheciam na Monarquia deposta — como Hipólito Raposo, Luís de Almeida Braga, José Pequito Rebelo —, se reuniu com um grupo de republicanos entretanto convertidos ao monarquismo por se não reconhecerem na República recém-implantada — António Sardinha, João do Amaral, Domingos Garcia Pulido, entre outros.
Em 1914, os integralistas apresentaram um índice de soluções politicas e afirmaram obediência a D. Manuel II. O seu propósito, no entanto, ainda não visava uma intervenção política na direcção da conquista do poder. Antes de mais, havia que lembrar aos próprios monárquicos o que fora a antiga Monarquia portuguesa; era necessário voltar a semear as ideias do pensamento político português, ler de novo autores como Álvaro Pais, Frei António de Beja, Jerónimo Osório, Diogo de Paiva, Frei Manuel dos Anjos, Frei Jacinto de Deus, Sousa de Macedo, Pinto Ribeiro, Velasco de Gouveia…
A primeira reacção dos políticos que defendiam os regimes constitucionais modernos, tanto monárquicos como republicanos, foi a de se fazerem desentendidos, acusando os integralistas de cópia de um movimento político neo-monárquico que, naquela época, fazia furor em Paris — a Action française. Bem diversa foi a reacção do velho "Vencido da Vida” Ramalho Ortigão que, na Carta de um Velho a um Novo (1914), depôs as suas armas perante aquela “nova ala de namorados”, explicando em que consistia a sua “incontestável superioridade”: estes tinham “admiravelmente pressentido a necessidade culminante da reeducação integral do povo português” («Filhos de Ramires» - a herança de «Os Vencidos da Vida»).
Em 1915, na vaga de crescente activismo monárquico, os integralistas acabaram sendo catapultados a um lugar de destaque entre os manuelistas, apesar do seu programa contrastar vivamente com o modernismo político da maioria. Ao realizarem um ciclo de conferências na Liga Naval de Lisboa, alertando para o perigo de uma absorção pelo Reino de Espanha, o seu violento desfecho — as instalações da Liga Naval foram assaltadas e destruídas, sem que Luís de Almeida Braga tivesse  apresentado A Lição dos Factos — acabou por projectá-los para a ribalta política.

2. A esperança restauracionista, 1916-19

Com a entrada de Portugal na Grande Guerra, em Abril de 1916, os integralistas lusitanos decidem anunciar a sua transformação em organização política. No Manifesto subscrito pela Junta Central recém-constituída, reafirmaram obediência a D. Manuel II e a sua confiança na aliança luso-britânica, chamando os restantes monárquicos a cerrar fileiras em torno da Pátria em guerra.
Com a chegada ao poder de Sidónio Pais, os integralistas colaboraram activamente na situação presidencialista que se esboçou. O propósito Sidonista de acolher uma representação socioprofissional no Senado tinha para eles profundo significado político: pôr fim ao monopólio da representação por intermédio de partidos ideológicos (regime parlamentar), permitindo a representação dos municípios, dos sindicatos operários, dos grémios profissionais e patronais, etc., era dar um primeiro passo no sentido do restabelecimento da democracia orgânica da antiga Monarquia portuguesa.
Na sequência do assassínio de Sidónio Pais, os integralistas entenderam que soara a hora da restauração do Trono. Face à imediata reacção dos partidos, que de novo se arrimaram ao poder com o intuito de restabelecer o parlamentarismo, os integralistas vêm a desempenhar activo papel no desencadear do pronunciamento restauracionista de Janeiro de 1919 (ver Os combates pela bandeira azul e branca, 1910-1919), no Porto e em Lisboa (Monsanto). A Restauração declarou em vigor a Carta Constitucional, mas isso não impediu que os integralistas manifestassem aceitar a nova ordem. Primum vivere, deinde philosophare era o princípio que adoptavam; agarravam “a parte prática e positiva" da obra restauradora.
Xavier Cordeiro Hipolito Raposo Luís de Almeida Braga



António Sardinha

3. Redefinição estratégica, 1919-22.

Durante a denominada "Monarquia do Norte", houve destacados monárquicos, como Alfredo Pimenta, que só souberam dos acontecimentos através dos jornais. Os integralistas, directamente envolvidos nas acções político-militares que rodearam os pronunciamentos, retirarão graves conclusões da derrota, procedendo a uma completa reavaliação da sua posição, tanto na questão dinástica, como na questão política.
Na questão dinástica, interpretando o imobilismo de D. Manuel II, no decurso dos acontecimentos, como um sinal de incapacidade e fraqueza, decidem desligar-se da sua obediência, declarando colocar “o interesse nacional acima da Pessoa do Rei”.
Na questão política, desfeita a aliança com os manuelistas, resolvem assumir a integralidade do seu ideário. Em 1919, ficara definitivamente enterrada a Monarquia da Carta. A resolução do problema nacional teria doravante que passar por um Pacto a estabelecer entre “o Rei, os municípios, e os trabalhadores de todas as classes e profissões organizados corporativamente”.
Estabelecidas negociações com o ramo legitimista da Casa de Bragança vem então a obter-se o Acordo de Bronnbach (1920), pelo qual a Junta Central do Integralismo Lusitano e o Partido Legitimista fizeram o reconhecimento conjunto do neto do Rei D. Miguel I, D. Duarte Nuno de Bragança.
1922 - «Pacto de Paris»
Perto de 2 anos depois, o pacto dinástico de Paris ainda veio colher de surpresa os partidários de D. Duarte Nuno. Porém, e enquanto os manuelistas rejubilavam com os termos do acordo, no dia imediato, os Integralistas Lusitanos e os Legitimistas recusaram-se a reconhecê-lo e a acatá-lo.
A questão criada pelo Pacto de Paris só ficou definitivamente resolvida em 1926, quando a Tutora de D. Duarte Nuno, D. Aldegundes de Bragança, o repudiou formalmente, mas, para os integralistas, havia um equívoco maior que, mais tarde ou mais cedo, acabaria também por ceder: o de se alicerçar um regime nas clientelas partidárias, fossem elas monárquicas ou republicanas. A 1ª República, ao reproduzir o modelo parlamentar da Monarquia deposta, organizando-se por hierarquias de políticos e de caciques, acabaria também por ruir. Para os integralistas, era decerto necessário continuar a promover o princípio monárquico, mas era agora absolutamente imprescindível refazer as corporações, os sindicatos, e organizar uma acção nacional paramilitar com forças voluntárias e audazes. Deixava de bastar uma simples restauração do Trono. A luta a travar não se podia cingir ao plano estritamente político. Estava aberta a via que vem a desembocar no Movimento Nacional-Sindicalista: Alberto de Monsaraz reedita a Cartilha do Operário e Francisco Rolão Preto é cooptado para a Junta Central do Integralismo Lusitano (1922).
Alberto Monsaraz Pequito Rebelo Rolao Preto

4. Os esfacelamentos, 1922-34.

Durante os anos 20 os integralistas vêm a alimentar muitas esperanças e a sofrer não menos contrariedades e decepções.
Em 1925, a morte de António Sardinha, quando tinha apenas 37 anos, foi sentida como uma grande perda. A Junta Central ficava sem aquele que, dada a força mística do seu Verbo, e apesar do ascendente de Hipólito Raposo, muitos consideravam ser o líder dos integralistas.
De imediato, o Integralismo Lusitano desempenhará papel de relevo nas movimentações político-militares que levaram ao derrube do regime parlamentarista, em 28 de Maio de 1926. Pouco depois do general Gomes da Costa ter sido afastado da direcção da Ditadura Militar, porém, a Junta Central integralista ("Primeira Geração") começou a fazer sentir as suas reservas acerca da evolução da situação política. As prevenções e cautelas que estes faziam sentir junto da sua hoste acabaram por não encontrar acolhimento. Muitos persistiram colaborando com a Ditadura, sucedendo-se as dissidências e cisões: em 1927, desvincularam-se José Maria Ribeiro da Silva, Pedro Teotónio Pereira, Manuel Múrias, Rodrigues Cavalheiro, Marcelo Caetano, Pedro de Moura e Sá; em 1928, Manuel Múrias consumou a sua dissidência; em 1929, deu-se a ruptura definitiva de Teotónio Pereira e Marcelo Caetano, dissolvendo o Instituto António Sardinha; em 1930, deu-se a dissidência total e definitiva de João do Amaral (a ruptura iniciou-se em 1927 com a publicação do diário «A Ideia Nacional»)
Luís de Almeida Braga e Hipólito Raposo, Tadim, 1933
Consumada definitivamente a ruptura entre os mestres do Integralismo Lusitano e a Ditadura, em 1931, e perante a referida sucessão de dissidências e deserções, Alberto de Monsaraz e Rolão Preto, in extremis, ainda tentaram recuperar alguma influencia no curso dos acontecimentos, suspendendo a reivindicação do Trono  e autonomizando o Movimento Nacional-Sindicalista. O insucesso foi total. Ao tentarem aliciar as juventudes influenciadas pelos fascismos, recorrendo a métodos similares de organização e de propaganda, acabaram por ser confundidos com os próprios fascistas. E se não deixavam de denunciar os princípios políticos dos fascismos, por modernistas ou retintamente jacobinos — “totalitarismos divinizadores do Estado”, foi a expressão usada por Rolão Preto em entrevista à United Press —, a verdade é que a natureza comunitária e personalista do ideário Nacional-Sindicalista acabou por confundir e desiludir mais do que atrair.
Tal como acontecera com a "Segunda Geração" integralista, também a juventude atraída para o Nacional-Sindicalismo, que os integralistas pretendiam manter no campo do sindicalismo orgânico e das liberdades, acabou por se transferir para o campo estatista-autoritário do salazarismo emergente que, além do mais, oferecia melhores garantias de realização para ambições profissionais e pessoais.
Em 1932 o Integralismo Lusitano estava já em completa desagregação, impotente para influenciar o curso dos acontecimentos políticos, quando D. Manuel II morreu sem descendência. A par dos restantes organismos monárquicos, acabou por se dissolver para integrar a Causa constituída em torno de D. Duarte Nuno. Uma profunda diferença, no entanto, vai persistir entre o comportamento dos integralistas lusitanos e o dos restantes monárquicos: enquanto a maioria dos antigos apoiantes de D. Manuel II, cedendo ao convite de Salazar, passou a colaborar com o Estado Novo em formação, os integralistas decidiram passar ao combate contra essa nova face do modernismo político português — a “Salazarquia” (expressão de Hipólito Raposo).

5. Sob a «Salazarquia», 1934-74.

Entre os anos 30 e 50, dissolvido o Integralismo Lusitano enquanto organismo político, e desfeita a experiência  negativa do Nacional-Sindicalismo, os integralistas da primeira geração não deixaram de denunciar o falso monarquismo de Salazar e a natureza modernista e autocrática do regime do Estado Novo. Entre os restantes monárquicos, porém, a indiferença foi geral, apesar dos sobressaltos: Rui Ulrich, embaixador em Londres, em 1936, foi forçado a demitir-se por ter convidado, para almoçar na Embaixada, D. Duarte Nuno de Bragança; Afonso Lucas foi demitido do Tribunal de Contas, na sequência da publicação de um artigo publicado em  A Voz; em 1940, Hipólito Raposo foi preso e desterrado para os Açores, por ter publicado o livro Amar e Servir, onde denunciava a "Salazarquia".
As 3ª e 4ª Gerações do Integralismo Lusitano, porém, vão sendo reunidas e endoutrinadas em torno de revistas como a Gil Vicente (Manuel Alves de Oliveira), jornais como o Aléo (Fernão Pacheco de Castro), editoras como a GAMA (Leão Ramos Ascensão, Centeno Castanho, Fernando Amado), criando-se mesmo, em 1944-45, o Centro Nacional de Cultura.
Em meados dos anos 40, os integralistas espreitam oportunidades de colaboração com o chamado "reviralho": Francisco Rolão Preto vem a ressurgir politicamente através do Movimento de Unidade Democrática; em 1947, Vasco de Carvalho está a conspirar ao lado de Mendes Cabeçadas; dois anos depois, na eleição dos deputados da Assembleia Nacional, é a vez de Pequito Rebelo entrar em concertação com o republicano Cunha Leal, desafiando as candidaturas da União Nacional, respectivamente em Portalegre e Castelo Branco.
Vasco de Carvalho, Alberto Monsaraz, Hipólito Raposo e Pequito Rebelo, em Coimbra, passando o testemunho integralista às novas gerações (1950)
Em 1950, os jovens estão já em condições de receber o legado integralista através de uma reactualização doutrinária intitulada "Portugal Restaurado pela Monarquia". Pela mesma altura, surgiram novas publicações, como a revista Cidade Nova (José Carlos Amado, Afonso Botelho, Henrique Barrilaro Ruas) ou jornais como O Debate (António Jacinto Ferreira, Mário Saraiva).
O movimento dos chamados "monárquicos independentes", reunindo grande parte das novas gerações formadas junto dos Mestres do Integralismo Lusitano, apresenta o seu manifesto em 1957. No ano seguinte, Almeida Braga e Rolão Preto surgem a apoiar a candidatura de Humberto Delgado à presidência da República. Terminavam ali os "anos de chumbo do Estado Novo" (expressão de Fernando Rosas), com os integralistas em melhores circunstâncias para atrair os monárquicos desiludidos.
Mário Saraiva Henrique Barrilaro Ruas

Até ao derrube do regime do "Estado Novo", em Abril de 1974, sucedem-se as iniciativas com a crescente responsabilidade das novas gerações integralistas, como a Comissão Eleitoral Monárquica, o Movimento da Renovação Portuguesa, ou a editora "Biblioteca do Pensamento Político", promovida por Mário Saraiva. Em 1970, é ainda por intermédio de Mário Saraiva que o ideário integralista vem a obter significativo acolhimento no seio da Causa Monárquica: o livro Razões Reais, no qual ficou sucintamente exposta a sua doutrina política neo-integralista, vem a obter aprovação e adopção pela Comissão Doutrinária da Causa.

Heidegger, o Nacional Socialismo e o Anti-Semitismo: Um “não-caso” que se reabre

A julgar pelo recente “caso Heidegger” que aparenta vislumbrar-se no horizonte, o princípio ne bis in idem – ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo crime – encontra alguns obstáculos à sua transmigração do direito penal para o debate filosófico. Os réus são neste caso os “Cadernos Negros”. Isso mesmo, “Schwarzen Hefte”.

Trata-se de uma colectânea de escritos datados de um período compreendido entre 1931 e 1946, num total de 1200 páginas que, de acordo com os rigorosos prazos editoriais que regulam o destino da publicação heideggeriana, serão dados a conhecer ao público ainda durante o mês de Março. Peter Trawny, Professor da Universidade de Wuppertal, é um dos especialistas responsáveis pela revisão destes inéditos. Depois de ler os “Schwarzen Hefte” este investigador preparou uma acusação filosófica que aguarda publicação a qualquer momento, mas que já fez estremecer a coluna vertebral aos heideggerianos de todo o continente. Trata-se de um ensaio com aproximadamente sessenta páginas intitulado “Heidegger: Os Cadernos Negros e o Anti-Semitismo Histórico”.

Este estudo debruça-se sobre a quinzena de vezes que o filósofo se referiu abertamente ao judaísmo, criticando a sua “faculdade de cálculo”, o seu “acentuado dom para a contabilidade”, a sua “capacidade tenaz para calcular”, o “desenraizamento do Ser” que nasce do “judaísmo internacional”, a “falta de terra” do povo hebraico, etc. Encontra-se também presente neste estudo “um esclarecimento destinado aos burros: estas notas nada têm a ver com anti-semitismo que é, por si só, algo de abjecto e desprovido de sentido...” Existe matéria suficiente para reabrir o processo, mas não para o concluir. Este meritório debate arrisca-se a ser mais cansativo do que a investigação etimológica levada a cabo pelo próprio Heidegger, capaz de alongar-se em várias páginas apenas com o intento de traduzir um simples adjectivo. Mas esta é a história de todo o caso Heidegger. A começar pela sua autodefesa, já em 1945 com “O Reitorado 1933-1934”, numa tentativa de esclarecimento acerca das acções tomadas em Freiburg durante os meses que se seguiram à tomada do poder por Hitler e cujos conteúdos foram posteriormente enfatizados na sua célebre entrevista póstuma dada ao “Spiegel”. Aqui poderemos encontrar algumas tentativas de “contextualização” dessas acções, mas nenhum arrependimento. Escrevendo nesse o mesmo período a Marcuse, Heidegger argumentou ter visto em Hitler “uma saída para o Dasein ocidental face aos perigos do comunismo”, atacando aqueles que “julgam o início do movimento nacional-socialista apesar dos seus êxitos”, apelando à memória das violências sofridas pelos alemães de Leste logo após a ocupação soviética.

Saindo da filosofia através da porta alemã, Heidegger reentra na mesma através da janela francesa, sendo idolatrado pelos jovens filósofos do outro lado do Reno que, assegurava ele, sempre que queriam verdadeiramente pensar, eram obrigados a fazê-lo em alemão, ou seja, através da linguagem heideggeriana. Em Itália foi Gianni Vattimo a propor a existência de uma potência emancipatória inerente à obra “Ser e Tempo”. Se o Ser não “é”, mas “se dá”, quem pretender falar em nome próprio equivale-se àqueles indivíduos que procuram resolver as zaragatas em discotecas gabando-se das suas associações à máfia local. Uma espécie de “bullying” metafísico. Quem afirma ser um amigo do Ser é apenas o fanfarrão que, na realidade, não conhece ninguém, restando-lhe apenas um diálogo estabelecido em pé de igualdade (que não é exactamente o que acontece nas lutas na discoteca). Generoso, Vattimo reconhece a existência de pelo menos duas leituras políticas do pensamento heideggeriano e explica – na introdução à obra “Escrita e Diferença” de Derrida – que “podemos falar, recuperando-se, não tudo arbitrariamente, a terminologia aplicada à escola de Hegel, de uma direita e de uma esquerda heideggeriana”: de um lado a mística da Floresta Negra, do outro a superação da metafísica. Ora, isto é uma mentira. Na realidade, só existe um Heidegger de “direita” e um “fascista”, o outro, de esquerda, não passa de uma invenção.

A leitura progressista de Heidegger passa por um período de choque no final da década de 1980 quando Victor Farías, um ex-aluno chileno do filósofo, atira uma pedra contra a vitrina do pretenso heideggerismo redimido. Em “Heidegger e o Nacional Socialismo” ele investiga a fundo a relação entre o filósofo e o regime. Além de lembrar-nos que Heidegger, até 1945, pagava regularmente a sua quota anual no NSDAP, Farias reconduz o filósofo ao panteão do “Nacional-Socialismo de esquerda”, o das SA, explicando o seu isolamento durante os anos 1930, como um efeito colateral da “Noite das Facas Longas”.

A intelligentsia iniciou de imediato os seus reparos. Um dos frutos mais delirantes do conselho de defesa permanente do filósofo é a colectânea “Escritos Políticos”, editada por François Fedier, na qual “A auto-afirmação da Universidade Alemã” – o famoso discurso do reitorado –, torna-se “A Universidade Alemã firme em si mesma apesar de tudo”, enquanto a frase “que as regras do seu ser não são nem fórmulas doutrinárias nem “ideias”. O próprio Führer, só ele, é a realidade alemã de hoje” torna-se a prova de que o filósofo “se voltou para Hitler, mas não para o programa ou visão nacional-socialista do mundo”. O “Sieg Heil” tantas vezes pronunciado por Heidegger vem de resto explicado como um convite à paz, partindo do pressuposto que os actuais esquiadores ainda hoje se cumprimentam com um “Ski Heil”.

Uma contra-resposta surge por parte de Emmanuel Faye que, estudando os seminários inéditos de 1933 e de 1935, chega à conclusão de que Heidegger é apenas “A introdução do Nacional-Socialismo na Filosofia”, tornando o “filósofo” (que Faye coloca entre aspas o “philosophe” Heidegger e a “philosophie” heideggeriana...) ainda mais um pensador nacional-socialista, mas um nacional-socialista ‘tout court’ que deve ser expurgado da história da disciplina de Platão e Kant. A pesquisa é meticulosa, no entanto viciada por um excesso de zelo. A esquematização dos eixos poéticos d’O Reno de Hölderlin torna-se assim numa cripto-suástica, enquanto um verso do poeta romântico que fala do fogo e que era mencionado no curso de 1942 é julgado como sendo “tragicamente perturbador”, porque, nesse ano “o fogo que crepita e ascende é o dos campos de extermínio: Belzec, Sobibor...”

Nova investida, nova ofensiva filo-heideggeriana. O habitual Fedier procurou rebater estes argumentos com um panfleto: “Heidegger, à plus forte raison”. Também Vattimo regressa a este confronto, defendendo que “Heidegger, com sua adesão ao Nacional-Socialismo fez uma acção corajosa. [...] Desceu ao campo, realizando a sua ideia pessoal de intelectual engagé. Que essa fosse uma ideia errada, isso é uma outra história. Mas sujou as mãos.” Raciocínio que é a base para a entrada de Slavoj Žižek que argumenta: “Heidegger é grande não apesar disso, mas graças ao seu compromisso com os nazis.”

Resumidamente, não há saída. Esta versão “travagliesca” da filosofia, embrenhada nesta morbidez de revista cor-de-rosa, instiga a uma busca de “evidências” e “conspirações”, conduzindo a algo totalmente falacioso. A divisão entre bons e maus funciona mal quando se trata de decifrar a história, e muito mal se quisermos compreender qualquer coisa de filosofia que, de resto, vê a parte dos maus multiplicar-se em vários nomes, tendo Popper a encabeçar o topo dessa lista. Podemos também agarrar-nos aos vestígios de uma moral de polícia para dar-se um certo tom à vida, contudo, convém saber-se de antemão que a realidade funciona de uma maneira completamente diferente.

Por outras palavras: “Heidegger é certamente um grande filósofo que foi, ao mesmo tempo, um nazi entre tantos. Apenas isso. A filosofia pode contentar-se!” (Alain Badiou).

Esquerda e Direita: duas atitudes

 Observando os grupos políticos da esquerda revolucionária e paralelamente os grupos que nos seus antípodas evoluem, a que podemos chamar de direita revolucionária (usando aqui os termos por mero comodismo taxonómico, sem qualquer preocupação de rigor), com frequência detectamos duas atitudes mentais bem distintas no que se refere ao seu relacionamento com o meio exterior envolvente. Os da esquerda vivem numa permanente necessidade expansiva. Os grupos e militantes típicos, mesmo que internamente assumam características de seita, estão sempre virados para o exterior, procuram incessantemente conquistar, conquistar espaços, gentes e território, e para isso tentam doutrinar, argumentar, convencer, seduzir, atrair – ocupar a sociedade para além das suas fronteiras. Como são habitados por uma visão total do mundo e da vida, nada lhes é estranho, e nenhum terreno lhes é alheio. Estão sempre presentes, a todo o momento e em toda a parte. A bem dizer, a esquerda sente-se incomodada pela sensação de que há vida fora dos seus domínios. Todos os que estão de fora lhe fazem falta. Todos são potenciais aderentes, a converter pela missionação ou quiçá por métodos mais impressivos. 

O proselitismo é a sua natureza. Sendo as sociedades modernas dependentes da opinião pública e mediatizadas até ao paroxismo, essa sua atitude faz com que a esquerda parta sempre em vantagem no combate político. Em tempos normais, a tendência será para que esses grupos e ideias cresçam em adesões e simpatias. Só não acontece assim quando a realidade se encarrega de lhes ensombrar a narrativa, e descredibilizar o discurso. Inversamente, os grupos que acima foram designados como direita revolucionária vivem em geral virados para dentro, para si próprios. Vivem intensamente as suas certezas, e confortam-se com a realidade que as confirma, como geralmente acontece, tarde demais. Basta-lhes ter razão, e pouco lhes importa que ela tenha o reconhecimento geral. Desprezam o exterior, o meio envolvente, e não se cansam de manifestar esse desprezo. Os que estão de fora são culpados de viver no erro, e mais não merecem. Como se ouve dizer muitas vezes nesses agrupamentos, só faz falta quem está. Ou, por outras palavras, poucos mas bons. O seu relacionamento com o exterior, mesmo com os mais próximos, é com frequência marcado pelo antagonismo, pela crispação, pela hostilização. Quem está de fora não conta. 
Há um acentuado tribalismo: nas leituras, nos convívios, nas actividades, vive-se centrado nos nossos, nos fiéis, nos que já são. Não é difícil compreender assim que em regra esses grupos não possuam qualquer virtualidade de expansão, nem consigam criar empatias no vulgo. Embora frequentemente habitados por militantes generosos e sacrificados, por vezes em dimensão heróica, a verdade é que se limitam a permanecer, enquanto não se vão desfazendo por cansaço de uns e desilusão de outros, ou pela sensação de inutilidade de muitos. Crescer é que não crescem, a não ser quando o momento histórico de excepção lhes traz vento favorável. Mas por si mesmos falta-lhes o ímpeto, a vontade, o gosto da conquista de outros públicos e outros terrenos. Pelo contrário, o que se encontra não poucas vezes é o horror instintivo a tudo o que se situa fora do círculo de conforto rigidamente demarcado – nada de misturas, como também se chega a ouvir. Dito isto, não surpreende a conclusão. Quanto mais não fosse pelas duas atitudes psicológicas opostas sumariamente descritas, é indubitável a superioridade metodológica da esquerda no confronto que se trava pela captação da opinião e das multidões, primacialmente localizado no campo mediático, o que diminui seriamente a direita nos combates políticos que vão surgindo (sempre determinados pela agenda adversária).

Melhores argumentos contra versão oficial do 11/9

1. Nós queremos uma nova investigação sobre o 11 de setembro
Objetivo do movimento pela verdade sobre o 11/9 é realizar uma nova e correta investigação dos acontecimentos do 11 de setembro de 2001, pois aquelas conduzidas foram pífias. Elas foram totalmente limitadas, sub-financiadas e com caráter político. Para a investigação da queda da espaçonave Columbia foram gastos $ 175 milhões, para o caso Monika Lewiski contra o presidente Clinton $ 30 milhões, para a investigação do 11/9 risíveis $ 15 milhões e inicialmente foram previstos somente $ 3 milhões!!! Eles não deveriam achar de forma alguma a verdade, mas sim promover uma operação para limpar a cena do crime, que encobriu os verdadeiros culpados. As principais testemunhas oculares, provas e opiniões de peritos independentes foram abafadas e somente liberado aquilo que o governo dos EUA permitiu. Isso seria a mesma coisa que no caso de um assassinato, o assassino conduzisse as investigações. O fato que o diretor administrativo da comissão investigatória era uma pessoa de confiança do governo Bush, mostra que a comissão não era independente e seu relatório é somente puro conto de fada. E de fato, a especialidade de Philip Zelikow é criar mitos e exatamente foi isso que ele fez. Veja: O fazedor de mitos ou quem é Philip Zelikow?
2. Bin Laden não é procurado pelo FBI por causa do 11 de setembro
Fato é que somente os políticos e a mídia afirmam há oito anos que foi Bin Laden, e o usam como super terrorista e como imagem do inimigo. Os órgãos de justiça dos EUA não fazem isso. Não existe qualquer acusação contra ele, não existe uma ordem de prisão e ele não é procurado, em todo caso não devido ao 11 de setembro, mas sim por outras coisas. Diante da pergunta, por que ele não é procurado pelo FBI, é respondido que não há quaisquer provas que o relacionem com o crime, ou seja, não foi ele. Veja: O espantalho Bin Laden.
3. Bin Laden está morto desde 16 de dezembro de 2001
Todas as mensagens em forma de vídeo desde então são falsificações. Ele também nunca se outorgou a autoria dos atentados, mas ao contrário, questiona sua participação no crime. Quem fez essas falsas gravações? Somente os verdadeiros autores que provêm aparentemente dos círculos do governo e do serviço secreto. Somente eles têm interesse em um fantasma como imagem de inimigo e o mostram ao público nas ocasiões oportunas para fomentar medo. Veja: Bin Laden está morto já faz tempo e Um morto ressuscitou novamente.
4. Osama Bin Laden repousava indefeso em um hospital a 11 de setembro e podia ter sido preso imediatamente
Um dia antes do 11 de setembro, Bin Laden foi internado no hospital militar de Rawalpindi, Paquistão, por causa de seus problemas renais, e se submeteu a uma diálise. Os enfermeiros foram substituídos por pessoas de sua confiança e foram tomadas medidas especiais pelo serviço secreto por causa do “convidado de honra”. O chefe do serviço secreto paquistanês ISI, tenente-general Mahmood Ahmed, foi antes e depois dos atentados a Washington e teve encontros com diretores da CIA e diversos políticos. O governo dos EUA estava bem informado sobre a localização de Bin Laden e se tivessem realmente a opinião que ele seria o chefe de operação dos ataques, então eles poderiam tê-lo preso imediatamente no hospital. Mas nada aconteceu, após uma semana ele pode retornar ao Afeganistão, ou seja, não foi ele. Veja: Enfermeiros – Eu vi Osama.
5. Não houve conversa telefônica a partir dos aviões
Com a lenda de que os passageiros teriam feito contato e falaram sobre um seqüestro feito por terroristas árabes, toda a mentira em torno do 11 de setembro foi lançada ao mundo. Não houve qualquer conversa, elas foram inventadas ou falsificadas. O FBI não pode apresentar no processo contra o suposto 20º terrorista Zacarias Moussaoui nenhuma prova na forma de conversa telefônica ou documentos das companhias telefônicas ao tribunal, ou seja, elas nunca aconteceram. Veja: 11 de setembro – A mãe de todas as mentiras e Os telefonemas a partir dos aviões nunca aconteceram.
6. Os registros das caixas-pretas contradizem a representação oficial
O ministério norte-americano dos transportes NTSB publicou os dados de dois registros dos aviões, aquele do vôo 77 que supostamente teria atingido o pentágono e do vôo 93 que supostamente caiu sobre Shanksville. Os dados das caixas-pretas foram colocadas em um simulador de vôo e os vôos reconstruídos. Disto resultou que os aviões voaram para outro lugar totalmente diferente daquilo alegado pelo governo norte-americano e foi descrito pela comissão 9/11. Caso a versão oficial fosse correta, então os dados das caixas-pretas deveriam coincidir e confirmariam, mas nada disso acontece. Só isso comprova que aquilo que nos é dito é uma lenda e deve ser investigado novamente: Por que foram ignorados os registros dos vôos?
7. Os esporos de anthrax provêm dos laboratórios de armas químicas do exército dos EUA
Logo após o 11 de setembro, cartas que continham esporos mortais de anthrax foram enviadas a personalidades. Cinco pessoas morreram disso. Este ato foi atribuído a Bin Laden e Saddam Hussein e com isso foram justificadas as guerras no Afeganistão e posteriormente no Iraque, e também a aprovação da lei para implementação de um Estado Policial na forma do “Patriot Act”. Mas na realidade, as investigações do FBI mostraram que o mortal anthrax provém de laboratório químico de Fort Detrick, do exército norte-americano, ou seja, alguém de dentro enviou as cartas com ele dentro e não foram os “maldosos árabes”. Veja: O ataque com anthrax e o 9/11 e O ataque com anthrax prova que 9/11 foi armação.
8. Colidem dois aviões no WTC, mas três arranha-céus foram pulverizados
O que a opinião pública quase desconhece é que a 11 de setembro de 2001, não apenas as duas torres gêmeas desabaram, mas também um terceiro arranha-céu, o WTC7, embora nenhum avião colidiu contra ele. Aqui não serve de forma alguma a versão onde o combustível do avião teria destruído o prédio. O fato é abafado conscientemente pelo governo norte-americano e o desabamento do WTC7 não é mencionado sequer com uma única palavra no relatório da comissão 9/11, como se fosse insignificante ou nunca tivesse acontecido. Por que esta maquiagem? Porque a destruição do WTC7 indica todas as características de uma detonação planejada. Veja: O colt fumegante na mão do criminoso e 9/11: destruição da torre.
9. Existiu gente de dentro no 9/11 e alguém ganhou muito dinheiro
O que é ocultado com prazer pelo governo norte-americano e da mídia, um pouco antes do 11 de setembro de 2001, foram negociadas grandes quantidades de Put-Options que deixaram as ações em queda de determinadas empresas, as quais sofreram danos através do 11 de setembro, como seguradoras, companhias aéreas e bancos, que possuíam escritórios nas torres. Quem sabia que a 11 de setembro algo iria acontecer e quais firmas teriam prejuízo, e especulou com isso? Essas informações confidenciais poderiam ter somente os verdadeiros criminosos e não foram Bin Laden e a Al-Kaida que fecharam estas negociatas. A investigação foi paralisada quando veio à tona que ex-funcionários da CIA e graduados políticos estavam envolvidos. Veja: Fecha o cerco dos criminosos do 11 de setembro e Quem se aproveitou do 11 de setembro?
10. Poderosos explosivos militares foram encontrados na poeira do Ground-Zero
Dr. Niels Harrit, professor de química da Universidade Kopenhagen, assim como oito outros professores e especialistas analisaram a poeira das torres pulverizadas e encontram lá nanothermite, um poderoso explosivo que só é utilizado pelos militares. Para se fabricar nanothermite, é necessário laboratórios especiais e um processo de alta tecnologia, o que Bin Laden não teria em sua caverna. O que fazia a nanothermite por lá? Nanothermite é x-vezes mais energética e destrutiva do que o explosivo convencional. Somente através dela haveria a energia suficiente para pulverizar 200.000 toneladas de aço, 56.000 m² de vidro, 470.000 m² de paredes de gesso, 24.000 m² de revestimento de mármore e 425.000 m³ de concreto!!!! Veja: Palestra do professor Niels Harrit sobre a nanothermite.
11. Centenas de testemunhas relataram sobre explosões antes e depois dos impactos dos aviões

É um fato, existiram pesadas explosões e tremores ANTES e DEPOIS das colisões dos aviões. Sim, também ANTES do primeiro impacto, isso foi relatado pelo zelador da torre gêmea, William Rodriguez, que trabalhava lá há 20 anos. Ele disse, primeiramente houve uma forte detonação no sub-solo, houve grave devastação e muitos mortos e feridos e então colidiu o primeiro avião na torre norte. Este fato nunca foi mencionado no relatório da comissão, embora ele tenha se apresentado lá como testemunha. Rodriguez foi até condecorado pelo presidente Bush na Casa Branca pela sua coragem, pois ele salvou muitas pessoas. Mas quando ele se prendeu à sua afirmação, ele foi banido e silenciado. A declaração do zelador foi confirmada por várias outras testemunhas. Com isso está comprovado a detonação dos arranha-céus através de testemunhas e a explicação oficial que a origem teria sido um simples incêndio, se mostra como mentira.

Direitos ou privilégios?

Em qualquer discussão que envolva um hétero e um homossexual, o hétero, em princípio, está errado, e o homossexual é um coitadinho indefeso. Eles são sempre as vítimas e, quando se fala dos direitos deles, esquecem-se dos direitos dos demais.
Hoje, contrariar homossexuais é homofobia. Por que só segue na Paulista a Parada Gay? Por que psicólogos são impedidos de atender quem busca ajuda?
A Prefeitura de São Paulo e o Ministério Público fizeram acordo para proibir grandes concentrações na avenida Paulista, entre elas a Marcha para Jesus e o Dia do Trabalho. Nesse mesmo acordo, porém, permitiram a Parada Gay na Paulista. Nesse caso, houve privilégio aos gays e discriminação aos demais.
Ideologia discriminatória dos "direitos humanos" e o talmudismo, lado-a-lado.
Qualquer debate que contrarie os homossexuais é tratado como homofobia. O que vem ocorrendo em todo país é um verdadeiro proselitismo em favor dos homossexuais.
É como se fossem uma categoria especial, como se suas preferências sexuais lhes dessem o direito de serem tratados como seres acima do bem e do mal.
Recentemente, a imprensa publicou a decisão de um juiz do Recife que deu a dois homossexuais que vivem juntos o direito de dividir a paternidade de uma criança do sexo feminino gerada por fertilização in vitro. A criança foi registrada como filha dos dois homens. Um deles é o pai biológico. O óvulo utilizado é de uma doadora anônima, e a gestação ocorreu no útero de uma prima.
Segundo a reportagem, o juiz decidiu com base na Constituição, alegando o direito à igualdade e à dignidade da pessoa humana e a obediência aos princípios da não discriminação, da liberdade e do livre planejamento familiar.
Aqui cabe uma pergunta: quando se defende o direito dos homossexuais de gerar uma criança in vitro, algum psicólogo ou juiz já parou para pensar como esta criança se sentirá diante dos seus colegas na escola ou na rua da sua casa, quando ela tiver que enfrentar o mundo, para explicar que está registrada no nome de um casal formado por duas pessoas do mesmo sexo?
Quando um homem ou uma mulher, já adultos, assumem sua homossexualidade, por decisão pessoal, eles sabem as dificuldades que enfrentarão perante a sociedade, ainda que tenham o direito de tomar tal decisão.
Porém deveríamos nos preocupar com o fardo pesado que essa criança terá de carregar, sem ter sido dado a ela o direito de escolha. O que acontecerá com uma criança que vai morar com duas pessoas do mesmo sexo que têm relacionamento sexual? Como estará a cabeça dela durante a infância ou a adolescência?
Quando dois homossexuais adotam uma criança, dizem que a adoção é melhor do que deixar a criança passando fome na rua.
Se perguntarem à sociedade se é preferível uma criança criada por dois gays ou vivendo na rua, é claro que todos dirão que é melhor a adoção por um casal gay. Porém, quando a discussão é colocada dessa forma, parece que o direito da criança vem por um prato de comida, pois ninguém discute de maneira mais ampla os direitos da criança em relação à adoção.
Se alguém quiser fazer esse debate, é logo chamado de homofóbico. É o que acontece quando um psicólogo levanta essa discussão. Com certeza será ameaçado pelo Conselho Federal de Psicologia, como ocorre com profissionais que aceitam como pacientes homens e mulheres que, por livre e espontânea vontade, procuram ajuda para deixarem de ser homossexuais.
Em qualquer discussão que envolva um hétero e um homossexual, o hétero, em princípio, está errado, e o homossexual é um coitadinho indefeso. Eles são sempre as vítimas e, quando se fala dos direitos deles, esquecem-se dos direitos dos demais. Por que só a Parada Gay permanece na Paulista? E o direito dos demais? Da mesma forma, no caso da adoção de crianças, devemos perguntar: e os direitos da criança?
CARLOS APOLINÁRIO, 60, advogado e empresário, é vereador em São Paulo pelo DEM

Fonte: reprodução de artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo

Habemus Malleus Holoficarum!

Trabalho acadêmico sobre o Revisionismo Histórico é aclamado com nota máxima na mais tradicional faculdade do país, figurando entre as melhores monografias de conclusão do curso de Bacharelado em Direito, no ano de 2011. O objeto da pesquisa: a crítica de legitimidade acerca da criminalização da “negação do Holocausto” (em especial o pretendido pelo PL nº 987/07, do ex-Deputado Federal Marcelo Itagiba).

Malleus Holoficarum: O Estatuto Jurídico-Penal da Revisão Histórica na forma do Jus Puniendi versus Animus Revidere
Membro da equipe editorial do portal de mídia alternativa www.inacreditavel.com.br, o acadêmico Antonio Caleari foi avaliado com a nota máxima em sua “Tese de Láurea” (nome atribuído ao trabalho de conclusão de curso desta que é a mais antiga faculdade do Brasil), tendo sido inclusive indicado a compor o seleto grupo que concorreu ao “Prêmio Jovem Jurista” (o qual foi vencido, há pouco, por outros três formandos dessa histórica escola, cuja sede fica no centro de São Paulo).
A tradicionalíssima Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), também conhecida como Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, criada por decreto imperial de 11 de agosto de 1822. Por estas “Arcadas” passaram grandes personalidades da história nacional.
Concluído em meados de outubro do ano passado, um ano após intensa pesquisa desde a apresentação do projeto inicial, em 2010, o trabalho pretende agregar-se ao estágio atual de discussão jurídica acerca da análise crítica dos “delitos de opinião” vigentes em uma parcela das democracias europeias. A proposta teve por cerne confrontar os princípios constitucionais que norteiam a política criminal do Estado, com as argumentações antirrevisionistas que intentam consagrar o Malleus Holoficarum (dogma histórico, “Martelo do Holocausto”) também em nosso país (respondendo hoje por tal movimento o Projeto de Lei Federal nº 987/07).
A infame bula inquisitorial Malleus Maleficarum, transfigurada no atual e controverso MALLEUS HOLOFICARUM.
Proposta de abordagem absolutamente inédita e cuja profundidade de análise  promoveu o (quase) esgotamento dos tópicos possíveis, é nas múltiplas referências bibliográficas e sólido abalizamento téorico que se constatam o rigor metodológico e alta relevância dos aspectos suscitados. Consubstanciou-se em um título que certamente passa a figurar entre as maiores referências no que concerne à produção intelectual cujo objeto científico é o Revisionismo Histórico (observado, naturalmente neste caso, a partir de uma perspectiva essencialmente jurídica, própria dos conceitos manejados).
O Malleus Holoficarum vem a contribuir, pois, para o preenchimento daquela que, até então, se configurava numa considerável lacuna doutrinária acerca de tão ingente polêmica contemporânea.
Abaixo temos o plano de desenvolvimento da obra, seguindo-se do link para compra, direto da editora, do livro que foi lançado a partir desta pesquisa, cuja divulgação e disseminação das ideias nela contidas é francamente encorajada, com o fim último de que as reflexões propostas sejam submetidas à apreciação de toda a comunidade acadêmica. Trata-se, em suma, da complexa teia de quesitos oriunda da oposição entre: o direito de punir do Estado (jus puniendi) versus a Liberdade de Expressão revisionista (animus revidere).

Capítulo 1: Introdução
Capítulo 2: O Jus Puniendi
2.1    Controle social, Direito e o conceito formal de delito
2.2    Bem jurídico-penal: subsídio teórico ao conceito material de delito
2.3    A passagem à tutela transindividual: causa da propositura de um novo modelo teórico
2.4    Formulação do problema
Capítulo 3: Hipóteses de trabalho no estudo da criminalização da negação do Holocausto
3.1    Compêndio da literatura antirrevisionista
3.2    Natureza jurídica e histórico-legislativa do Projeto de Lei Federal nº 987 de 2007
Capítulo 4: O Animus Revidere
4.1    Pressuposto de metadiscussão: um imprescindível corte metodológico
4.2    A liberdade acadêmica em face da tutela estatal de uma “verdade histórica”
4.3    A Indústria do Holocausto e as memórias coletivas em disputa
4.4    Resistência política contra a “extrema-direta” na forma de um direito penal simbólico
4.5    Antissemitismo: o estratagema racial
4.6    Os paradoxos da causa afirmacionista
Capítulo 5: Revisão Editora e o caso Ellwanger
Capítulo 6: Comentários Finais
Referências
Anexo A – Entrevista do ex-Deputado Federal Marcelo Itagiba sobre o Projeto de Lei nº 987 de 2007
Anexo B – Debates no STF acerca das questões de ordem suscitadas no julgamento do caso Ellwanger (HC 82.424/RS)
Anexo C – Os revisionistas e a desobediência civil

Obra já disponível no Brasil e em Portugal.
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